domingo, 16 de janeiro de 2011

Por uma nova postura!

Estamos iniciando um novo ano, com pespectativas renovadas. Estou reproduzindo abaixo o Texto do Blog da Larissa no Espaço do ECV no site GE, pois ele além de mostrar uma postura e disposição mental próxima da que acredito deva ser a de todo Rubro-negro, traz uma história de vida VENCEDORA.

Assim segue o relato:

É HORA DE ESCOLHER UM NOVO CAMINHO

Amigos, é impressionante como algumas situações nos colocam numa encruzilhada, obrigando-nos a definir que caminho tomar. Direita ou esquerda? Pra cima ou para baixo? Qual delas nos levará ao rumo certo? E se pegarmos justamente a que nos leva para a direção errada? Agir, nestas circunstâncias, não é uma tarefa fácil, mas a omissão é sempre o pior caminho.

Pois muito bem.

É exatamente nessa encruzilhada que nos encontramos agora. Nós e o nosso Amado Esporte Clube Vitória precisamos decidir qual estrada vamos percorrer. E, como sei que o Vitória precisa de mim mais do que nunca, decidi propor uma mudança de atitude, em vez de apenas lamentar.

Por isso, estou propondo que no dia 15, a partir das 13h, no Edifício Capemi, todos que ainda não são associados ao SMV, associem-se para que possamos nos juntar ao Movimento Somos Mais Vitória, com o objetivo de construir um Vitória forte e democrático. Esta data, com certeza, ficará marcada na história da instituição como o dia em que decidimos tomar o nosso clube em nossas mãos, até porque, logo depois, às 16h, haverá o lançamento oficial do Movimento.

Como vocês não me conhecem, farei uma breve apresentação e um relato das minhas decisões.

Seguinte.

Tenho 33 anos, sou geofísico, trabalho na ANP, solteiro, morador do Nordeste de Amaralina e o mais importante: torcedor do Vitória desde que saí do saco do meu pai, que também é rubro-negro e sempre me levava para a Fonte Nova para ver jogos, chupar cana, comer pipoca e amendoim.

Em 21 de maio de 1999, uma sexta-feira, quando treinava saltos de capoeira na aprazível praia de Amaralina, tomei uma queda que me causou uma lesão medular cervical que me deixou com a mobilidade extremamente reduzida, ou seja, tetraplégico.

Tal fatalidade ocorreu em meio a meus estudos na faculdade, no acolhedor Instituto de Geociências da UFBA. Depois, veio a fase cirúrgica, a fisioterapia e a readaptação. Tive que tomar a seguinte decisão: continuar vivendo ou morrer? Decidi viver e voltei pra faculdade logo no ano seguinte, mesmo contra a vontade de minha mãe e dos médicos que julgavam cedo. Naquele momento vi que mais decisões difíceis precisariam ser tomadas todos os dias.

A UFBA, como vocês sabem, não é um exemplo de acessibilidade. Assim, me deparava o tempo todo com batentes, escadas e elevadores quebrados. Como um homem que mal movia os braços faria? Decidi pedir ajuda aos amigos ou ao primeiro que passasse. Porém, como a lesão era recente, eu sofria muita queda de pressão e tinha dias que quase desmaiava em sala de aula. Mas, se eu desistisse de uma aula que fosse, abriria portas pra mais desistências. Então fui adiante e cheguei a fazer provas orais de Cálculo.

As dificuldades se puseram o tempo todo e para um homem que não controlava a bexiga e o intestino as coisas se tornavam ainda mais difíceis. Deparei-me com professores bons e alguns escrotos que me sugeriram até desistir de me formar, afirmando que eu não teria futuro na profissão. Teve um outro que não queria dar aula no andar térreo, só no primeiro andar. Nada disso me abalou. E, para piorar minha situação, minha mãe morreu de câncer e não me viu acabar a faculdade, logo ela, que era a minha maior apoiadora e quem mais me incentivava e ajudava junto com a minha família.

Quando chegou o grande dia de me formar, vi que tudo aquilo que passei valeu a pena. Tomei a decisão de ir em frente, amigos, e afirmo sem a menor dúvida que tomei a decisão certa. Foi preciso decidir dar cada passo que dei, errei e acertei, mas não me omiti. Mas vocês devem estar se perguntando o que essa história tem com o nosso clube. Eu vou explicar.

O Vitória está numa crise profunda, desnorteado. Seria bem fácil apenas criticar, mas nós precisamos decidir o que fazer com ele. O clube não é do presidente nem dos conselheiros, é nosso, dos torcedores, que pegam buzú e que passam dificuldades extremas para apoiar seu time. Quando um filho nosso está doente, nós cuidamos e damos remédios. Quando nossos pais estão doentes, nós os levamos ao médico e cuidamos. Quando o amigo nosso está com problema, digamos sexual, nós sacaneamos, fazemos gozação, mas mesmo assim apoiamos ele.

Cuidamos até dos nossos cães e gatos. Por que com nosso Clube será diferente? Nós, que juramos tanto amor, fazemos tatuagem do escudo, compramos camisas e bandeiras, deixaremos nosso clube sozinho nesse momento difícil?

Eu não! Decidi ajudar e vou ajudar.

O clube precisa de sua torcida tomando decisões, opinando, votando e sendo votada. Essa torcida somos nós, eu e você, rubro-negro que está lendo esse texto. Precisamos ir pra dentro do clube e a única forma de fazer isso é sendo sócio do mesmo. Ser sócio não é obter vantagens apenas, é, também, assumir responsabilidades. E nós precisamos assumir a nossa. Já demos muitas demonstrações de amor e força das arquibancadas, está na hora de dar essa demonstração dentro do clube, sendo sócio, votando, opinando e até mesmo no futuro formando uma chapa de torcedores, como já acontece no Internacional.

Quando o time caiu no final de 2010 nós demos a maior força que um clube poderia receber, lotamos o nosso santuário praticamente em todos os jogos finais. Isso é uma senhora demonstração! Louvável, mas não é o suficiente. Agora temos uma oportunidade de ouro, prata e bronze e não podemos perdê-la! Precisamos dar uma guinada rumo ao topo. Os grandes clubes do mundo não nasceram grandes, eles se fizeram grandes ao longo dos anos e com decisões acertadas. Essa é a hora da torcida rubro-negra tomar a sua decisão acertada.

O dia 15 de janeiro de 2011, um sábado, será o nosso dia. O dia em que eu decidi me tornar sócio do Esporte Clube Vitória, mesmo não tendo capacidade física para ir a muitos jogos. Serei sócio porque quero votar, quero decidir os rumos do clube que eu tanto amo. Conclamo a todo rubro-negro que estiver lendo esse texto a comparecer nesse dia, a partir das 13h, lá no Capemi.

Já que a diretoria não faz nada, nós vamos fazer. Faremos uma grande filiação no dia 15 e daremos mais uma demonstração de força e amor ao nosso clube. Seremos sócios não só para obter vantagens, mas sim para determinar os rumos, influir nas decisões e fiscalizar. Peço a você que ainda não é sócio que reflita e também repasse este texto aos torcedores.

Por fim, não lembro agora de quem é a frase, mas sempre gostei dela. “AS DIFICULDADES NÃO VÊM PARA NOS DEIXAR MAIS FORTES OU MAIS FRACOS, ELAS VÊM PRA NOS MOSTRAR QUEM SOMOS”.

E nós vamos mostrar que SOMOS MAIS VITÓRIA.

Anderson Abreu
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